segunda-feira, 20 de julho de 2009

Caminhos

Amanheceu. Olho para os lados e nada encontro, há somente o vazio. Lentamente fixo meus olhos na janela e observo por alguns instantes as marcas que a tempestade deixou. Então em um ápice de insanidade corro pelas escadas, abro a porta e torno a olhar a rua. Silêncio total. Tento não deixar que as lágrimas escorram sobre minha face, mas elas são mais fortes do que eu. Sabendo-me vencida volto pelo mesmo caminho e fico a imaginar, se aqueles beijos, os toques, o teu olhar, o brinde, o champanhe, as promessas, o luar, foram apenas uma ilusão. Tudo um sonho que se desfez quando eu ousei abrir os olhos outra vez.
Sentada no sofá releembrando o que se passara, tento procurar vestígios daquele momento mágico, onde eu era a protagonista de um amor mais forte que deixaria Romeu e Julieta esquecidos na sua própria tragédia. Ainda pertubada pela intensidade dos meus pensamentos volto a olhar o meu corpo inflamado pelo amor, mas também castigado pela duvida da dor.
Novamente em um ímpeto de loucura me levanto e corro pela rua. Tenho que ir...
Sem destino ou mesmo sem um lugar para se querer chegar, apenas ir...
Talvez assim eu esqueça de tudo o que aconteceu, talvez esqueça que um dia eu amei, me entreguei: corpo, alma, coração. E encontrei o vazio, a dor e a desilusão. Talvez eu esqueça que me deixei levar, acreditando que era o amor que tinha vindo para ficar, mas era apenas o desejo tomando o seu lugar.

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