domingo, 2 de agosto de 2009

O meu eu

Hoje não posso deixar de citá-la. Há em mim a controvérsia, a ambiguídade, a sensibilidade de Clarice Lispector. As palavras se escondem de mim. Tento senti-las, mas o que sinto é oco, é vazio. Queria poder encontrá-las para assim, começar a escrever algo que preste. Algo que valha a pena ser lido. Que situação em que me encontro!! Onde foi parar meu eu?? Onde foi parar o meu sentir?? Vasculho desesperadamente minha mente e nada. O que me sobra são as experiências... as lembranças... mas não o sentir. Novamente em desespero, tento procurar sentido nos sentimentos, no coração. Tudo em vão!! O coração está estilhaçado por um amor qualquer. Foi pisado, machucado e agora encontra-se quebrado. Não há no coração a emoção, o sentido que havia. Este orgão que retém nossas verdades é um tolo!! Entrega-se ao primeiro que aparece dizendo que ama, sem amar, que volta sem ao menos se entregar-se. Quanta ilusão!! Ops... ilusão?? É isso que esse tolo está dizendo?? Não... apenas ecos de lembranças!! No lugar deste coração já não há mais lugar para os sentidos. Então, onde estou eu?? Enfrento-me, confronto com meu eu, olho na cara dele com raiva por me deixar assim... morta!! Sem sentimentos, palavras. Acredito que sou mais parecida com um fantasma, do que com meu reflexo no espelho.
Ahhh onde estou?? Olhando fundo em mim, encarando-me de frente, vejo que meu eu silenciosamente grita: Estou aqui!!! Mas não me exergas por causa da inércia que te envolve. Tolices você já fez muitas, mas não termine com aquilo que és, não permita que se faça pedra. Ou vai acabar em outro vazio... o vazio da dor.
Então eu sentei e escutei. Encontrei minha alma e saí caminhando novamente.

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